sexta-feira, 8 de maio de 2009

A Importância da Produção e da Leitura Crítica


(...)
“Agora sou anúncio,
ora vulgar, ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
(...)
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa
eu sou a coisa, coisamente.”
(Carlos Drumond de Andrade)

Nossa sociedade, principalmente nos centro urbanos, vive rodeada de ofertas de produtos das mais diversas marcas. São os atrativos que - facilitados pelo mundo da mídia- por nossos ouvidos e olhos, transpassando as ‘prateleiras’ do comércio formal ou informal, chegam até nós, seja por um exagero das qualidades atribuídas a esses atrativos, seja pela característica bem-humorada e descontraída da imagem da propaganda, ou mesmo pelo grau de sensualidade ou pela qualidade da música.
O Projeto Político-Pedagógico da Escola deve preconizar a convivência e a comunicação, observando que a trilogia consumismo – propaganda –marketing, sem dúvida, faz-se pertinente, já que por ela há toda uma ação comum, verbal e não-verbal, de (con)vivências.
Importa a identidade do alunado e a sua transformação como cidadãos críticos diante das adversidades por que passa o mundo exterior. Se ao aluno reserva-se o direito à aprendizagem, ao professor, a competência para o favorecimento de uma aprendizagem ampla, real e democrática, ao espaço escolar cabe a garantia de utilização de um bem maior: A inserção social pelo exercício pleno da cidadania.
No âmbito da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de Dezembro de 1996, bem como dos Parâmetros Curriculares Nacionais, por este projeto, estimular-se-á, o aluno do ensino fundamental à construção coletiva do saber, por meio dos códigos, linguagens e suas tecnologias, com propostas de atividades interdisciplinares e por temas transversais calcados na filosofia e na ética, em grupo e/ou individuais, numa visão crítica, considerando-se a autonomia e as vivências de cada um na família, na escola, na comunidade.

Metodologia

A partir de informações obtidas em diferentes textos (dados estatísticos fornecidos pelo IBOPE, pelo Boletim Rio Mídia, pela Rede Mídia), em que se constata, nitidamente, a grande influência da propaganda no comportamento das pessoas, outras leituras e questionamentos servirão de suporte para o desenvolvimento do trabalho proposto. Nesse processo, o professor - dinamizador não apenas mediará as discussões e debates acerca das leituras selecionadas como também haverá de criar mecanismos e procedimentos didático – pedagógicos para o despertar do olhar crítico ante as situações que se apresentarem.
Crianças e jovens, hoje, certamente, ocupam boa parte da audiência de telenovelas, telejornais, noticiários sobre violência no mundo inteiro. É o poder da mídia na intimidade dos lares. Alijá-los dessa relação indústria global de mídia-população é, mais do que colocá-los à margem pela negação ao direito de informação, não lhes fornecer ferramentas de conhecimento para a (sobre)vivência, principalmente em se considerando o mundo de violência, vivenciado em cada canto do Planeta.
A cada atividade, registros e seleção de trabalhos realizados deverão acontecer. Filmes, observação a programas de televisão, rádio, outdoors, visita a sites de lojas virtuais, leitura de jornais e revistas serão de fundamental importância para as “oficinas” com os alunos de produção textual, de forma concomitante e progressiva, de qualidade.
em consonância com seus objetivos e metodologia, deverá pautar sua avaliação num processo permanente e contínuo, a fim de que, a partir das informações obtidas, possam ser redirecionadas e redimensionadas às atividades, visando-se com isso ao aprimoramento do trabalho proposto.
No processo de avaliação, o importante não será a atribuição e o registro bimestral de conceitos, mas o nível de desenvolvimento e crescimento do aluno, considerando-se o seu real engajamento no processo de ensino e aprendizagem, o nível de evolução dos trabalhos apresentados, as observações às atividades intra e extraclasses e a criatividade.